Radiofrequência Pulsada com Multiagulhas (RFPM®) no Tratamento de Estrias Antigas

O tratamento das estrias é sempre um desafio e os bons resultados tornam-se ainda mais difíceis quando estamos
diante de lesões antigas e atróficas. As estrias tardias, resultantes frequentemente do estiramento da pele e da ruptura de fibras colágenas e elásticas na derme, apresentam-se como cicatrizes com substancial comprometimento da textura, relevo e coloração da pele acometida. Algumas regiões são mais facilmente envolvidas por estrias: lombossacral e flancos, em homens; abdome, quadril e mamas, em mulheres. Condições como gestação, aumento de peso, hipertrofia muscular e o estirão puberal são fatores favorecedores, bem como algumas doenças (p. ex., síndrome de Cushing) e administração oral e tópica desregrada de corticosteroides. Vários tratamentos têm sido propostos, oferecendo melhores resultados nas estrias rubras (recentes) quando comparados aos das estrias albas (tardias/atróficas). Tretinoína tópica, peelings, microagulhamento, microdermoabrasão, lasers fracionados e luz intensa pulsada são algumas das opções terapêuticas utilizadas pela dermatologia para abordar essas lesões. No entanto, não há um tratamento considerado ideal, e os resultados – muitas vezes modestos – sinalizam o seu desafio. Em 2015, o presente autor desenvolveu eletrodos que, acoplados a um aparelho de radiofrequência, têm oferecido excelentes resultados no tratamento de estrias atróficas. A radiofrequência pulsada com multiagulhas (RFPM®) baseia-se na utilização de energia fracionada randômica de alta frequência disparada sobre a pele, que resulta em regeneração dérmica na interface papilar-reticular, por meio da estimulação de fibroblastos com consequente síntese de fibras colágenas e fibras elásticas, bem como regeneração epidérmica gerada pela migração de queratinócitos. As figuras abaixo apresentam um desenho esquemático do tratamento e a sua evolução, mostrando a regeneração do tecido. Trata-se de uma abordagem inovadora, com base na energia subablativa, por meio de eletrodos com várias agulhas, conectados a um aparelho de radioeletrocirurgia. Essa técnica, realizada de forma precisa e pontuada, não compromete o tecido adjacente aos micropontos vaporizados e provoca significativo impacto tecidual, viabilizando, assim, o estímulo para o novo colágeno.


